segunda-feira, 9 de abril de 2012

Borboletas

Muito tempo sem postar, tempo até demais...
Sei que é terrível fazer isso, mas estou postando aqui um 'poema' (não sei ao certo o que é, haha) que escrevi a mais de um ano! (estou ficando velho!!) Mas do qual me lembrei nesse final de semana, pois eu realmente me afeiçoei e muito a ele. Não acho que seja o melhor (e nem sei qual é, ou se tem), mas é um dos que eu mais gosto. Espero que também gostem.

Borboletas (Ricardo José)


Não sei se quero acordar,
E ver que ainda choras calada.
Não quero que do amor
Nasça o sofrimento.

As borboletas ainda voam no jardim,
Descoordenadas, zonzas, alegres ...
A névoa da tarde emudece
O grito do sol ...

Seu pranto ainda recai no meu peito,
Morto por dentro, permaneço calado.
Sua mão de encontro a minha,
Ainda fria, inerte, viva e distante.

Calo-me numa necessidade de ouvir tua voz.
Vejo o céu e não encontro o sol,
Não encontro certeza, só o horizonte
Longe e inalcançável.

As borboletas são livres, não encontro dor em seus movimentos.
Eu choro, elas voam. Eu morro, elas voam. Queria voar, ver o mundo,
Te trazer de cada canto a beleza e a simplicidade da alegria.
Queria te dizer o que penso, o que sinto, mas sou fraco.
Se meu amor não te curar, desista, meu amor, desista pois sou fraco.
Desista de mim, largue-me, esqueça-me em um canto e viva
Para sempre longe de minha fraqueza.
Mas eu viverei sempre pensando em ti, pois sou fraco, burro,
Estúpido. Sou um romântico incompetente que só viveu para amar,
E amou errado ...

Da janela do meu quarto tímido ainda vejo as borboletas, elas dançam e se esquivam da chuva. Elas sorriem misteriosamente. Suas cores inexatas me remetem à você. O balançar de suas asas me remetem à você. A inocência, o desejo, o gracejo, tudo que olho é você. Me apaixonei, não quis, mas aconteceu, que seja, que eu ame ... Mas que tu sejas feliz ....
E por que choras, amor?

Por que eu choro?
As borboletas morrem ...