quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A poética zangada.

Texto fresquinho, idealizado no ônibus (essa materialização da mobilidade do pensamento e da mobilidade no espaço, por vezes tão precário, por vezes tão caro e com o grande sonho de ser de uso livre) e criado graças à poesia diária do amar sem objeto, da filosofia, da música, da literatura, da amizade, sei lá do quê mais.


A poética zangada.
Imagine-se percorrendo o espaço, melhor, imagine-se percorrendo o céu, esta imensidão poética do espaço aberto. As possibilidades de enxergar tudo do alto sem perder o infinito dos detalhes, os cheiros e cores que advém do céu devem ser espetaculares. O cheiro amarelado da poeira urbana, o vento e suas curvas de lembranças e esquecimentos. São as golfadas de ar em meu corpo imensamente nu que nos farão lembrar do que ainda está sendo, do que ainda está acontecendo. A extensão do corpo não se perde no espaço aberto, sentimo-nos em intensidade, extensa intensidade, intensa extensão.