Moendo carvalhos
É da voz de um morto que se conta a vida.
Zumbi espalmado, que mesmo decapitado vive.
O choque que reverbera pelos sexos
e queima o fruto,
mata também pela sede e pelo horror.
Quanto de voz ainda há no carvalho moído?
Perfurações que deixam marca, seiva
escorrendo vermelha.
Convertendo a voz em morto pela palavra da salvação:
Segurança e genocídio nacionais.
Em cada braço do Carvalho escrito:
o Estado mata.
E tantas outras árvores
com suas raízes e seus frutos
calados, encarcerados,
esfomeados e torturados.
Quem mata mal sabe,
mas carvalhos cantam e dançam.
E escutamos. E dançamos.
E lutamos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário